Friday, November 14, 2008

Cientistas e economistas

Quanto mais leio sobre ciência e economia, menos percebo o endeusamento dos profissionais de cada uma destas áreas por parte das "massas".

Não me interpretem mal, a ciência e a economia são vertentes fundamentais (a par de outras) do desenvolvimento humano e os respectivos profissionais são dignos de reconhecimento público. O que eu defendo é que o público em geral, deve adoptar algum grau de ceptismo crítico quando analisa os conteúdos produzidos por estes. 

Do lado da ciência, gosto de pegar num exemplo muito simples retirado da Física. A gravidade é uma das forças que a humanidade domina de forma formidável. Percebemos porque as maçãs caiem das árvores e como são formadas as órbitas dos planetas. Conseguimos enviar foguetões para o espaço, vencendo a gravidade terrestre. Mas o que eu não sabia, até há bem pouco tempo, é que ainda não sabemos o que confere gravidade aos corpos. É a mesma coisa que ver uma cor e não saber qual é a substância (ou mecanismo) que lhe está subjacente. Sabemos mesmo muito pouco sobre Física.

A Economia tem sido tratada com o formalismo matemático da Física e de outras ciências exactas. Contudo, a Economia não é uma ciência exacta, é antes uma ciência social: o objecto de estudo pode alterar o seu comportamento quando se apercebe que está a ser observado. Apesar de ser uma ciência social, o tratamento formal e a "linguagem" própria (o economês) criam a percepção junto do cidadão comum de que se trata de uma ciência exacta. Este é levado a acreditar que os especialistas de economia conseguem prever tudo o que é económico com base em equações, de forma semelhante ao que fazem os Físicos. Era bom que assim fosse, mas não infelizmente não é assim. Veja-se a incapacidade de prever a crise financeira mundial que nos tem assolado.

É por estas razões que tenho reflectido na qualidade de algumas afirmações de especialistas da ciência e da economia. Apesar das razões subjacentes à minha "descrença" sejam completamente distintas de um caso para o outro (como espero tenha ficado patente acima). Para estes temas (e muitos outros), a única solução é demonstrar alguma renitência em embarcar nas ideias propostas por estes "especialistas" e teimar em pensar "por mim próprio", mesmo quando não domino um tema.

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